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Gabriel Maria Bellini (02/05/1934 - 09/04/2017)

No dia 9 de abril de 2017, domingo, às 8 horas da manhã, o poeta brasileiro Gama Bell (pseudônimo de Gabriel Maria Bellini) faleceu de causas naturais, em sua casa, em Porto Alegre, RS. Gama Bell enfrentava agravamento de seu quadro neurológico em função de hidrocefalia severa, e, nos últimos anos, perdeu a quase totalidade dos movimentos e a fala, sendo assistido por equipe multidisciplinar em sua residência. A passagem se deu enquanto sua esposa, Maria Dalva, recitava orações ao seu lado. Católicos de formação e praticantes, Gabriel e Maria Dalva cumpriam rotina diária de orações, incluindo o terço, "Salve-Rainha" e "Santo Anjo", e eram assistidos na administração da Eucaristia por ministra da paróquia local. O poeta expirou sem aparente sofrimento físico. 

O velório aconteceu em Porto Alegre, com a presença de familiares e amigos vindos de diversas cidades do Rio Grande do Sul, especialmente da Serra Gaúcha, Vale do Taquari e Vale do Rio Pardo. Na ocasião, o filho Luciano e sua esposa, Graciela, recitaram duas poesias de Gama Bell - O Poeta e o Sabiá, e Quadra/Tempos para Seresta.

Enquanto esta nota é redigida, o website www.gamabell.com.br sorteou, em apropriada coincidência, Pó ao Vento - Versos Derradeiros como a "poesia do dia":

Pó ao Vento - Versos Derradeiros


E vai-se lentamente a luz fugaz
Que a minha curta vida iluminou
Muito bom que atrativo vil, falaz
Meu barco, embora frágil, não virou.
 
Não longe está o feliz porto, seguro
Que a paternal herança, a fé, norteou
Uma vez que inclemente hálito impuro
Da paixão meu batel interrogou:
 
Se o vício, duramente, nesta luta
Muito ceifa, destrói, almas dizima
Ao forte não derrota, em qualquer tempo.
 
Se algo posso dizer a quem me escuta
No eclipse meu fatal, que se aproxima
É isto: vida efêmera, pó ao vento...
 
Gama Bell
16 de março de 1990
 

 

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